O Que Se Espera De Um Bom Advogado

Os tempos mudam e as expectativas que temos sobre determinadas profissões também, e como advogados, devemos sempre refletir sobre as novas expectativas da sociedade e como atendê-las.

Nesse último ano de pandemia, a sociedade se deparou com novos desafios como trabalho a distância, rompimentos de contratos comerciais por motivos extraordinários e crescimento no número de divórcios.

E isso resultou também em novos desafios para os advogados que tiveram que mediar conflitos, redigir contratos de acordo com o novo cenário mundial e apresentar propostas de pactos cooperativos nas relações.

Todos atores do meio jurídico tiveram que aprender a fomentar a paz social sem a judicialização, utilizando meios de mediação e conciliação, pois as necessidades das partes eram urgentes.

É importante relembrar que, ao menos na área de direito do trabalho, o cenário era bem diferente. Isso porque, antes da reforma trabalhista em 2017, havia uma “indústria de processos trabalhistas”, época em que qualquer pessoa poderia ingressar contra qualquer empresa (mesmo que nunca tivesse trabalhado nela) e pedir a condenação do que quisesse.

Parece exagero? Não é. Todo advogado que representou empresas na Justiça do Trabalho tem inúmeras histórias absurdas pra contar. A Justiça parecia cega, não havia nenhuma punição para a litigância de má-fé (as vezes criminosa), houve o fechamento de muitas pequenas e medias empresas em razão dessa “indústria” e as grandes empresas sobreviveram pois repassavam esse “custo Brasil” ao preço do seu produto.

Custou muito caro para toda sociedade, e esse cenário apenas alterou com a chegada da reforma trabalhista. Mas fica o exemplo de que fomentar litígios e abarrotar o Judiciário pode ser extremamente danoso.

Atualmente o que se espera da advocacia é a capacidade técnica de prevenir ou encerrar um litigio por meio de pacto, contrato, conciliação e/ou mediação extrajudicial.

Nesse sentido, no dia 11/3, o ministro Luís Roberto Barroso do STF numa sessão plenária fez uma reflexão acerca do excesso de judicialização no cenário brasileiro.

De acordo com o ministro, não há estrutura que possa suportar um crescente aumento de demandas que poderiam ser evitadas por atuação de advogados, por meio de “composição dos litígios sem ação judicial”.

Para o ministro Barroso, o advogado do futuro não é aquele que propõe ação judicial, mas aquele que resolve o problema sem propor a ação, por meio da negociação e composição amigável.

Veja que toda sociedade espera que um bom advogado saiba como entregar a sensação de justiça às partes, a prevenir e dirimir conflitos sem necessidade de judicializar e principalmente ser um profissional bem preparado para isso.

E para atender essa expectativa, iniciamos o ano de 2021 atualizando toda equipe do escritório com novas técnicas de conciliação e mediação em todas as áreas do direito. Isso requer conhecimento profundo da matéria envolvida, de técnicas de composição de litígios, de capacidade para redação de contratos, inteligência emocional e muita disposição para ouvir.

Ao final de cada trabalho, esperamos ter colaborado para atingir o principal objetivo do Direito: a Paz Social.

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